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Un modèle de ville durable en Afrique subsaharienne est-il envisageable ? Etude à partir des villes de Bissau (Guinée-Bissau) et de Zinguinchor (Sénégal)

Thèse soutenue par Eddy Nilsone Gomis

  • Thèse préparée au sein de l’École Doctorale Temps, Espaces, Société, Cultures (ED TESC).
  • Financement : aucun
  • Date de la première inscription en doctorat : octobre 2014, durée : 81 mois.
  • Soutenance de thèse, en visioconférence, tenue le lundi 21 juin 2021 à 14h00 à la Maison de la recherche de l'UT2J.

Membres du jury

  • Aminata NDIAYE, professeure, Université Cheikh Anta Diop de Dakar – Sénégal  (examinatrice)
  • Caterine REGINENSI, professeure, Univ. do Norte Fluminense – Brésil (examinatrice)
  • Daha Chérif BA, professeur, Université Cheikh Anta Diop de Dakar – Sénégal (rapporteur)
  • Jérôme CHENAL, maître d'enseignement et de recherche, EPFL - Suisse (rapporteur)
  • Dominique LAFFLY, professeur, Université Toulouse - Jean Jaurès (examinateur)

Encadrement

Résumé de la thèse

Alors qu'un peu plus de la moitié de la population mondiale vit en ville depuis 2007, les espaces urbains semblent être devenus les lieux de cristallisation des enjeux du XXIème siècle, du réchauffement climatique et de ses conséquences aux inégalités sociales et territoriales qui se creusent chaque jour davantage. L'explosion démographique de plus en plus galopante que connaissent l'Afrique subsaharienne et son lot de difficultés accentuent les inégalités. La population africaine double en effet tous les vingt-cinq ans. Cette situation pose le problème crucial de la prise en charge des besoins des citadins en matière d'équipements, de réseaux et de planification, de construction durable, d'urbanisme, de la gestion du foncier, d'assainissement, de l'économie circulaire, de mobilité, du transport, de l'accès à l'eau, etc.

C'est dans ce sens que s‟inscrivent les Agendas 21 locaux qui est la déclinaison au niveau locale des conclusions de la Conférence de Rio (1992). Depuis, des initiatives nouvelles pour une ville durable sont mises en évidence partout dans le monde ou sont en phase d'expérimentation dans les projets d‟aménagements urbains. La ville est ainsi peu à peu identifiée comme un lieu de développement et d'expérimentation de « bonnes pratiques » du développement durable.

A chaque modèle de développement correspond un modèle urbain, à chaque politique de développement correspond une politique urbaine. Au-delà de l'offre technique des partenaires au développement, il faut aussi le partage d'expertise et de formation, car il ne s'agit pas de plaquer des modèles déjà existants à des contextes locaux différents mais bien de s'y adapter en identifiant le plus en amont possible les besoins pour chacune des villes. Une ville réelle est structurée par l'articulation stratifiée des différents modèles urbains qui ont marqué son histoire. Cela pose la question de savoir si le modèle d'une ville durable en Afrique subsaharienne est-il envisageable ? Pour cela, deux exemples de villes sont choisis. Il s'agit des villes de Bissau (Guinée-Bissau) et de Ziguinchor (Sénégal) qui ont une trajectoire historique différente.
L'objectif est de contribuer significativement à une base de réflexion synthétique pour l'aide à la décision et la programmation des projets et programmes d'aménagement en Guinée-Bissau et au Sénégal. Pour mener à bien mon travail, et répondre à ma problématique, deux types de méthodes différentes mais complémentaires ont été combinées. Il s'agit de consulter les documents d'archives et mener des enquêtes sur le terrain avec quelques personnes ressources pour compléter mon travail de terrain. L'approche s'est appuyée sur un regard transversal et croisé des thématiques interdisciplinaires du développement durable en insérant les questionnements propres à la conduite des projets et programmes d‟aménagement urbain.
L'essentiel de la documentation récoltée pour la réalisation de cette thèse s'adosse à des données construites par des acteurs qui ont une pensée occidentale et pas suffisamment imprégné des réalités locales des villes de Bissau et de Ziguinchor. C'est pourquoi il serait pertinent de prolonger cette réflexion pour intégrer davantage la question des cultures locales au sens large dans la recherche de solutions durables pour l'amélioration des conditions de vie des populations avec l'apport d‟autres champs disciplinaires comme l‟anthropologie sociale.

Mots clefs

Développement urbain durable, ville durable, urbanisation, politiques urbaines, Bissau, Ziguinchor

 

Resumo

Com pouco mais de metade da população mundial a viver nas cidades desde 2007, as áreas urbanas parecem ter-se tornado os locais onde os desafios do século XXI se cristalizam, desde o aquecimento global e as suas consequências até às desigualdades sociais e territoriais que se estão a tornar cada vez mais pronunciadas. A explosão demográfica cada vez maior na África Subsaariana e as dificuldades que lhe estão associadas acentuam as desigualdades. A população africana duplica a cada 25 anos. Esta situação coloca o problema crucial de satisfazer as necessidades dos habitantes da cidade em termos de instalações, redes e planeamento, construção sustentável, planeamento urbano, gestão de terrenos, saneamento, economia circular, mobilidade, transportes, acesso à água, etc.
É neste sentido que as Agendas 21 locais, que são a implementação local das conclusões da Conferência do Rio (1992), estão a ser implementadas. Desde então, novas iniciativas para uma cidade sustentável têm sido apresentadas em todo o mundo ou estão a ser testadas em projetos de desenvolvimento urbano. A cidade está assim a ser gradualmente identificada como um local de desenvolvimento e experimentação de "boas práticas" de desenvolvimento sustentável.
Cada modelo de desenvolvimento tem o seu próprio modelo urbano e cada política de desenvolvimento tem a sua própria política urbana. Para além da oferta técnica dos parceiros de desenvolvimento, há também a necessidade de partilhar conhecimentos e formação, pois não se trata de aplicar os modelos existentes aos diferentes contextos locais, mas de se adaptar a eles, identificando as necessidades de cada cidade o mais cedo possível. Uma verdadeira cidade é estruturada pela articulação estratificada dos diferentes modelos urbanos que marcaram a sua história. Isto levanta a questão de saber se o modelo de uma cidade sustentável na África subsariana é viável. Para este fim, são escolhidos dois exemplos de cidades. Estas são as cidades de Bissau (Guiné-Bissau) e Ziguinchor (Senegal), que têm uma trajectória histórica diferente.
O objectivo é contribuir significativamente para uma base sintética de reflexão de apoio à decisão e à programação de projectos e programas de desenvolvimento na Guiné-Bissau e no Senegal.
A fim de realizar o meu trabalho e responder ao meu problema, dois métodos diferentes mas complementares foram combinados. Estes eram para consultar documentos de arquivo e realizar inquéritos de campo com algumas pessoas de recursos para completar o meu trabalho de campo. A abordagem baseou-se num olhar transversal e interdisciplinar sobre os temas interdisciplinares do desenvolvimento sustentável, inserindo as questões específicas da gestão de projectos e programas de desenvolvimento urbano. A maior parte da documentação recolhida para esta tese baseia-se em dados construídos por atores que têm uma mentalidade ocidental e não estão suficientemente familiarizados com as realidades locais das cidades de Bissau e Ziguinchor. É por isso que seria relevante alargar esta reflexão a fim de integrar ainda mais a questão das culturas locais no sentido mais amplo na procura de soluções sustentáveis para melhorar as condições de vida das populações com a contribuição de outros campos disciplinares, tais como a antropologia social.

Palavras-chave

Desenvolvimento urbano sustentável, Cidade Sustentável, Urbanização, Políticas urbanas, Bissau, Ziguinchor

 

Summary

With just over half of the world's population living in cities since 2007, urban spaces seem to have become the places where the challenges of the 21st century are crystallised, from global warming and its consequences to the social and territorial inequalities that are growing every day. The ever-increasing demographic explosion in sub-Saharan Africa and its attendant difficulties are accentuating inequalities. The African population doubles every 25 years. This situation poses the crucial problem of meeting the needs of city dwellers in terms of facilities, networks and planning, sustainable construction, urban planning, land management, sanitation, the circular economy, mobility, transport, access to water, etc.
It is in this sense that the local Agendas 21 are part of the local declination of the conclusions of the Rio Conference (1992). Since then, new initiatives for a sustainable city have been put forward all over the world or are being tested in urban development projects. The city is thus gradually being identified as a place of development and experimentation of "good practices" of sustainable development.
Each development model has its own urban model and each development policy has its own urban policy. Beyond the technical offer of the development partners, there is also a need to share expertise and training, because it is not a question of applying existing models to different local contexts, but of adapting to them by identifying the needs of each city as early as possible. A real city is structured by the stratified articulation of the different urban models which have marked its history. This raises the question of whether the model of a sustainable city in sub-Saharan Africa is feasible. Two examples of cities are chosen for this purpose. These are the cities of Bissau (Guinea-Bissau) and Ziguinchor (Senegal), which have a different historical trajectory.
The objective is to contribute significantly to a synthetic basis for decision support and programming of development projects and programmes in Guinea-Bissau and Senegal.
In order to carry out my work and to respond to my problem, two different but complementary methods were combined. These were to consult archival documents and to conduct field surveys with a few resource persons to complete my fieldwork. The approach was based on a transversal and cross-disciplinary view of the interdisciplinary themes of sustainable development by inserting the questions specific to the management of urban development projects and programmes.
Most of the documentation collected for this thesis is based on data constructed by actors who have a Western mindset and are not sufficiently familiar with the local realities of the cities of Bissau and Ziguinchor. This is why it would be relevant to extend this reflection to further integrate the issue of local cultures in the broad sense in the search for sustainable solutions to improve the living conditions of the populations with the contribution of other disciplinary fields such as social anthropology.
Key words:

Key words

Sustainable urban development, Sustainable city, Urbanization, Urban policies, Bissau, Ziguinchor

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